domingo, 25 de dezembro de 2011

O despertar

O despertar



Dentro da cela de sua própria mente o pensamento se esvai,
Através de lágrimas formadas pelas diversas palavras que outrora escreveste,
Cedendo lugar o mais profundo negro de seus dias.

Imerso nas águas da dor seu coração está,
Suspensa nas fronteiras tempo, nas contradições da vida,
Enquanto os braços da consternação suavemente lhe envolvem,
Transformando um segundo em um momento eterno e torturante
Saboreando o prazer de vê-la cair.

Não se esqueça de quem és após a visita dos dias escuros,
Perdestes o dom das mil palavras que lhe foi presenteado?
Abandonaste a pura vontade de sonhar?

Procure pela beleza atrás de cada letra que escreveste em seus dias brilhantes,
Encontre o rio de águas límpidas, que brota da essência de cada estrofe,
Que a fará renascer como a luz branca em cada manha,
Pois através de teu brilho, outros saberão o caminho a seguir.

Levante-se de seus próprios joelhos e se aposse mais uma vez de seus versos perdidos, de suas melodias inacabadas,
A tinta e a pena lhe esperam,
Para que mais uma vez, você se levante e gire em torno do sol.

Tu és forte,
A herdeira dos dias que estão por vir,
Colecionadora de sonhos e baladas esquecidas,
Filha da poderosa tempestade.

Olhe para as estrelas, pois, no brilho que as molda eu te observo,
Enquanto prostro-me em prantos para que tu se levantes.

Através de minhas letras vi seus olhos tão longe,
Então segure as palavras dentro de si,
Cavalgue em seus sonhos até os limites do infinito e finde sua interminável busca,
Não perca a fé em ti, pois através de meus versos tolos eu nunca perderei.

Abra seus olhos e veja!
A manhã se apresenta,
Enquanto aguardo, para assim planarmos contra vento do céu azul.

Desperte,sonhe, renasça.



sábado, 10 de dezembro de 2011

A Flor Escarlate

A Flor Escarlate
Victor Ciriaco




Ainda espero,
Pelo tempo em que as palavras que disse,
Pelas palavras que ainda hei de dizer se tornarem reais
Mas as suaves mãos da vida impuseram sobre meus olhos uma venda de fina seda,
Para que eu, sem perceber, olhasse apenas para dentro de meu coração tortuoso,
Satisfazendo-me com cada trecho irreal de cada doce frase, entregando uma humilde flor nas mãos de um pobre jardineiro.

Ainda não bebi da profunda sabedoria,
Ainda estou só, com fome e frio,
Submerso pelos regatos da inocência de criança,
Enquanto danço e brinco pelas estradas róseas de minha infância perdida.

Minhas memórias ainda repousam em meus sonhos,
A cada momento em que as diversas faces de mim, tornam sua imagem viva diante de meus cegos olhos.
Agonia fria, suspiro sem rima,
Que fere os céus, a cada vez que eu ascendo até os seus átrios pela busca de meu eu que se foi com você há eras atrás.

Devagar estrela cintilante, não apresse o seu andar!
Deixe-me alcançá-la, pois ainda estou tão longe!
Perdi minhas asas e meus passos são estreitos,
Esqueces que ainda estou nas terras de outra vida? A ilha dos sorrisos abandonados, a terra em que as letras de puro e profundo se unem,
Dando origem ao mais puro vermelho, desenhado apenas observar tal beleza dos céus distantes em que estás.

Quero segurar novamente minha alma e ter de novo meu coração,
Preciso lhe entregar a flor escalarte que deixaste em meu peito diante da sonata noturna,
Como promessa de que um dia as muitas delas floresceriam para sempre,
Nos campos coloridos de minha tola esperança.

Tudo o que tenho diante de mim é a fratura de meus dias de criança,
Sendo movido eternamente pela vontade de sonhar,
Por favor, deite-se ao meu lado e afague meus anseios essa noite,
Permita-me lhe entregar a semente da pura flor vermelha.

Enquanto espero pelo purpúreo que seu coração prometeu a mim,
Rogo-te que se torne o meu sol e aqueça o campo árido de meu espírito,
Pois, a criança ainda esta cativa de seu toque rubro,
Ao tempo em que é aprisionada para sempre na forma de homem,
Escrevendo palavras vans nos muros floridos do amor encarnado,
Enquanto chora, procurando a estrela mais perfeita do céu para eternamente habitar.

Pinte e respire, olhe para o mais profundo de seu ser,
Deixe me ter tudo, pois sou escravo para sempre de seu amor carmesim.
Semeie e deixe semear.

sábado, 12 de novembro de 2011

Os olhos da Serpente

Os olhos da Serpente
Victor Ciriaco







Na manha fria de inverno,
Sobre as águas tranqüilas do lago escuro,
A luz da manha mais uma vez é refletida sobre o brilho das folhas

Abro meus olhos,
Levanto-me mais uma vez, lembro-me dos sonhos da noite que se passou
A floresta me acolhe com o calor de minhas próprias raízes
Um bálsamo com o sabor de meu lar perdido há eras através de minhas palavras jogadas ao vento

Percorro vendado sobre os caminhos do jardim proibido,
Da terra que meu devaneio me guiou,
Como estou farto e grato por escutar o som da floresta,
Mediante ao eterno silêncio em que meu coração se encontra

Por quanto tempo devo percorrer esse caminhar blasfemo no labirinto da serpente?
Sinto que o beijo que me deu, oh víbora vil, naquela noite majestosa,
Banhados pela cachoeira estrelada, contemplados pelos deuses de nossos sonhos
Só serviu para afogar-me em seu doce e infame veneno

Enquanto caio, sinto suas presas invadindo minha alma nessa selva de sonhos partidos,
Espero por sua promessa quebrada enquanto sua terna peçonha faz meu espírito vagar livre,

Ainda me lembro da primeira noite em que andei por essas terras soturnas
Pensava poder atravessar meu caminho ileso,
Porem, não há trilha segura... Não existe caminho que não me levasse até seu misterioso e belo covil.

Os olhos da deslumbrante serpente trajada no torso de ti mulher,
Mostrava o espelho de meu mundo, enquanto sua língua era enrolada em meu pescoço,
E eu vi, naquela noite fria o quão assombrosa era minha insignificância mediante aos astros do céu,
Seus lindos e rajados olhos refletiam toda a imperfeição de meus próprios olhos,
Olhos esses que pensaram um dia em contemplar a misteriosa serpente da vida

Enquanto me encontrava seduzido por sua dança através de meu corpo,
Extasiado por tudo que a infinita serpente pode me proporcionar na forma de um belo romance
Sinto o frio final, vejo os céus se desenrolarem eternamente como uma cortina púrpura
Mediante ao terror acido que se encerra.

Suplico a ti minha adorada víbora,
Que uma dia venha até mim com  a dor venenosa mais uma vez,
Beije-me e me enrole em seu corpo envolto em escamas para que assim eu não respire mais,
Venha com o fim sublime, para que nossas tristezas acabem para que possamos planar nas estrelas que banham essa floresta,
E que nossos corações se unam e que para sempre haja paz.

Fecho minha essência através dos teus olhos minha doce serpente
Pois perdi para sempre meu sol,
E agora começarei minha busca eterna pela lua.

sábado, 22 de outubro de 2011

Umbra Ópera

Umbra Ópera
Victor Ciriaco




Bem vindo ao profundo da ópera das cinzas
Contemple os sete ventos soprando a cada suspiro seu,
Vivencie a ausência de som que precede o terror soprano.

Sinta os grilhões tenores, criados pela enigmática força prendendo seu caminhar,
Grite, chore e lamente,
Pois os passos são seus, a guerra contra você mesmo é sua maior inimiga
E a vida não é sua aliada.

Pise mais uma vez nas terras de sua ilusão através desse drama
Cresça, morra e retorne a inocência,
Cruze o portão, atravesse o limite da sanidade
Pois não existe caminho algum que unirá justos e ímpios,
Não existe porta estreita para lhe guiar nesse caminhar desafinado.

Ouça o sussurro pesaroso de seu coração,
Atravesse a ponte do desespero, crie seu cenário alem de seu próprio sofrimento
Trazendo consigo cada transgressão outrora despreocupada
Porem, torturante nos compassos dessa dança cega.

A terra dos homens sem face escravizou você antes mesmo de sua existência,
Hipnotizando suas mãos, conquistando seus pés,
Transformando sua brilhante estrela em uma peça rara, exibida no colo de uma bela mulher.

Agradeça e repudie,
Transformaste sua  vida em um palco imundo, formado pelas cinzas de cada sim e não.
Espere e veja a cortina fechar diante dos seus olhos, levando consigo todos os seus sonhos brilhantes através de suas palavras
Aguarde os louvores da platéia podre, podes ver as faces desfiguradas quando elas estão de costas para você?

Nossas vidas irão desaparecer em audíveis aplausos
Através de cada ato deste teatro em apresentação única
Escute a voz da bela cantora da ópera das cinzas
Ouça a orquestra decadente a cada soar do acorde, a cada cair do martelo
Levante-se, reduza-se a pó e curve-se para o público,
No fim, mereces o aplauso dos espectadores caídos,
Enquanto és banhado por uma luz escura e imunda.

O triunfo de sua peça possui as faces de filho de Deus
E também as sombras de discípulos de nossos demônios.
Não existe herói ou vilão, bem e mal são apenas amantes no desenrolar das cenas
O que pensavas sobre a vida até o ponto em que chegaste nesse espetáculo?
Nada resta para você, nem mesmo nos bastidores de séculos atrás.

Olhe para dentro e faça seu ultimo desejo,
Acabe pela ultima vez com o teatro mágico,
Suas emoções podem torná-lo mais sublime do que qualquer dor.

Chore comigo e finde os meus dias,
Ou então, apenas feche meus olhos e de um destino a  minha insensatez 
Pois eu sou devoto ao seu medo agora e sempre.

Silêncio por favor! A ópera escura está para começar...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Torres do Silêncio

Torres do Silêncio
Victor Ciriaco





O tempo vem até mim como uma onda de águas escuras e altas,
Não posso nadar, pois, o peso dos sentimentos perdidos e pensamentos obscuros não me levarão de volta ao ventre dos sonhos,
Ao meu castelo caído após a triste e furiosa batalha do existir,

A falta de luz no trajeto de nossas existências
Faz-nos pregar cada vez mais a escuridão dos dias,
Entrando em colapso entre a fantasia e realidade,
Transformando cada fração de cada um de nós em pó.

Talvez a salvação seja o nada,
Talvez nada seja a salvação.

Amor...  poderia esse ser o real sentimento?
Pergunto me alem do sentido de qualquer lugar que uma palavra pode levar-me
Uma fração de sentimento ou a alma de nossos dias?
Um vilão trajado de negro e um herói alvo o amor é,
Pois apenas as palavras são armas nas mãos de tolos e sábios.

Tento responder a estrada de meu futuro desconhecido,
Com sussurros inexprimíveis de meu ser,
Enquanto permaneço deitado em meu travesseiro de pedra, contando as estrelas.

Jamais irei esquecer-me das palavras que vieram de longe,
Palavras que o vento me trouxe como um presente,
Pois um dia, estarei perto, para lhe entregar uma bela melodia
Mas enquanto isso, permaneço eu só em meu caminho

Estarei perto quando minha jornada terminar,
Pois a mudança de dia para noite são horas aos nossos olhos
Porém um segundo em meio à eternidade da natureza.


Enfrentando a tempestade que ainda há de vir,
Sentado em meu trono caído da serenidade,
Observando a construção das torres do Silêncio...

Piedade.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Reflexões do Ontem

Reflexões do Ontem
Victor Ciriaco



Olhando, olhando
Lendo e lendo mais uma vez,
Possuo apenas algumas palavras em meu coração como aviso.

Escute, sinta, seja um mais uma vez consigo...

Escute a chuva lutando contra o solo na tempestade,
Sinta o vento chorar levando com ele toda a sua tristeza,
Espere ate a manha, e abrace o sol que toca a sua pele.

A vida nos presenteará para sempre com dor,
Somos todos destinados a padecer um dia
Porém não seria isso que a torna bela?

O momento é a existência,
É a sua essência, seu coração

O passado moldou você com os reflexos de seu espelho quebrado
Mudou você através da neblina no escuro
Mantendo sua sabedoria salva e escondida de suas mãos

Todavia ele é real, e luta para seus passos de volta a ele,
Para olhar as faces mortas de você mesmo mais uma vez,
Mostrando que a culpa em seu coração é a maior dor que podemos sentir,


Repouse, durma em meu colo e sinta a serenidade invadir as barreiras do medo
A sentença do seu passado delineará o desabrochar da próxima estação
Inverno ou Verão,
Sol ou chuva, todos são os mesmos
Apenas traga as cores eternas para as chuvas que virão...

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fragmentos de mim


Fragmentos de mim
Victor Ciriaco




Talvez o tempo e o espaço não me agraciem mais
Talvez a lembrança passará a imperar em minha existência
Escrevendo versos solitários de um por do sol esquecido,
Aguardando o brilho negro da lua

A busca por mim mesmo no caminho sem fim devo fazer,
Procurando fragmentos eternos do meu ser,
Para assim unir novamente todas as partes de mim,
E entregar mais uma vez a pintura que lutei para fazer...

sábado, 17 de setembro de 2011

Baladas de Inverno

Baladas de Inverno
Victor Ciriaco



Enquanto o sol vem e vai,
Enquanto as estações dançam a minha frente eu vejo,
Os primeiros flocos de neve caírem sobre minhas mãos trazendo um tempo desconhecido
O sabor frio de um momento outrora eterno,

O céu uma vez azul agora chora em seus tons de cinza,
Sofrendo com as tempestades negras de cada coração
E renascendo chorando mais uma vez, sobre as lagrimas de neve que chegam ate meu corpo

Feche os olhos do corpo,
Abra os olhos da alma,
Salve seu espírito do inferno congelante da vida,
Pois a neve continuará a cair, o tempo, as horas e minutos não se curvarão mais uma vez

Caminhando só eu vou através das ruínas geladas de meu caminho
O canto do vento gélido me embala enquanto as lagrimas secam em meu rosto
Convidando-me a sucumbir aos seus encantos,
A ser quem eu nasci para ser, morrendo mais uma vez para o mundo,
Uma alma vazia para um mundo esquecido para sempre,
Libertando o mal puro e frio que sempre quis ser


Sinta as baladas de inverno invadirem o seu ser,
Escute os instrumentos da alma que o seu só o seu coração criou
Nada é real acredite em mim, a vida não é real
Mas que lutar contra as tormentas dela seja o nosso destino

Nunca houveram as tardes quentes de verão
 Sei que podes perceber, que o que houve foi uma breve trégua do doce inverno
Dias tão breves e noites tão longas...

A floresta de seus medos envolve seu corpo nu com as raízes de seus sonhos quebrados,
Acariciando seus seios,beijando seu sua face e seu torso, penetrando cada vez mais fundo em sua mente,provando assim de seu doce sangue
A adormecendo em sua sonata obscura e chamativa,
Criando quimeras dançantes a sua frente,
Moldando pensamentos de céu e terra em seu coração,
Formando cenários mágicos aos seus olhos, o convidando a sonhar a plenitude de um amor
Fazendo-nos semeadores de uma terra infrutífera, que apenas brota através das palavras de quem realmente somos, com sementes cultivadas por nossa alma,

As baladas de inverno foram condenadas a esperar para sempre por você,
Para te guiar pelos bosques escuros de seu andar
Para lhe ver perecer e enfeitiçar seus olhos com miragens nos flocos de gelo
Para ver a fada que és completamente nua, banhando os céus cinza com sua beleza.


Não olhe para os olhos gélidos minha fada, pois na neve há muitos caminhos
Enquanto o mal se esconde em diversos disfarces nessa dança encantadora
Apenas para aprisionar seu corpo, alma e coração nas celas da frieza ardente do amor

As verdades das tardes de verão não são ilusórias como os seus dias,
Abra os seus belos olhos, voe com suas asas brilhantes e veja através desse cenário árido.
Você ainda pode voar, seu coração pode ser para sempre livre,

Porem, as baladas encantadas de inverno sempre voltarão, mas que os ventos gelados lhe tragam paz ao invés do choro em seus olhos,
Apenas sinta o agora e para sempre a brisa gelada acariciando seu rosto
Dias magníficos esperam por você.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Criança tola, escadaria do tempo, toque sem seu instrumento

Criança tola, escadaria do tempo, toque sem seu instrumento
Victor Ciriaco




Houve um tempo em que pude ver seus olhos através da lua branca,
Tempos que residem em minutos de uma noite fria de inverno,
Horas que descansam sobre os aposentos da lembrança,
Carregando sorrisos nas asas de um toque.

Apenas lembre-se de mim no momento em que acendi a chama,
Em que toquei em seu rosto para aquecer teu coração
Para silenciar teus anseios e saciar tua alma,

Para longe meu coração voando está,
Para as terras alem das lagrimas que meus olhos puderam chorar
Para os campos além dos gritos e sussurros que escutei
Preciso ir para além dos sonhos , voar através do medo , nadar até o mais profundo desejo

Escrevi todas as letras que pude para ti,
Porém preciso ver tantas coisas que o ar me oferece,
O alvorecer da manha, o brilho da cidade, o por do sol, a lua de prata...
Coisas que queria ver através dos meus e dos seus olhos
Mas percebi que tudo eram apenas sonhos de um coração jovem que precisou ser moldado

Sou apenas uma criança descalça em um mundo frio,
Criado do gelo de cada coração, da neve de casa pesar.
Tola e feliz criança, abençoada seja por sua inocência,

Percebi que tudo o que fiz se expressava em uma bela música
Contudo, toco cada nota nos dias que se passam e não escuto nenhum som,
Nenhum som.

Minhas mãos são tão errôneas assim?
Ou meus ouvidos me enganam?

Preciso mais uma vez, colar o instrumento que se quebrou,
Afinar as cordas de meu coração, para poder compor minha humilde canção

Ah, que saudades dos tempos em que escutava a melodia de meu interior,
Que cada acorde, cantava um desejo, um riso, uma lagrima
O simples me parecia tão belo, tão belo...
Sentar-me nas escadarias do tempo e tocar minha canção sem instrumento algum
E rezar, esperar para que o trem do destino chegasse, trazendo alguém para sentar-se ao meu lado, jogar uma moeda no chapéu por gostar de minha canção.

Criação triste e magnífica a vida é,
Queria tanto saber ao menos quanto a minha vale
As poucas moedas que me deram não servem nem ao menos para eu me levantar.


Pedi apenas para que alguém segurasse minha mão
Eu sou a criança que não pode ser salva, a única que não pode ser salva,
Pois, não importa por quanto eu brinque nas ruas dessas terras,
A dor permanece aqui, ele permanece aqui desde sempre. Em cada piscar de olhos,
Para guiar minhas mãos, para me seduzir
Para fazer que eu mude uma nota de minha melodia e faça esse mundo chorar.
O silencio é um crime.

Quero ser livre da vida fria, vida falsa
É isso que recebo por responder ao chamado dançante da melodia do universo
Por usar o meu amor e mostrar minha música nesta cela fria,
Não encontrei as respostas para as minhas perguntas,
O que encontrei foi uma simples estatua de mim mesmo em uma sala antiga
Que descobri por pular a janela de um castelo dos sonhos...

Permanecer na escuridão, afogar-me em ausência
Ausentar-me em solidão, esse será o preço de minha melodia terrível e obscura
O preço de minha decepção é mais alto do que imaginei que pude pagar com tão poucas moedas
Então, não peça perdão por tempos em que seu intimo não quer que o trem do destino leve.

Perdoem-me todos, não posso embarcar,
Preciso ficar agora e para sempre, pois ficarei aqui enquanto o meu coração flutua na mais perfeita nuvem

Quantos sonhos, quantas asneiras
Desejos de um coração de uma criancinha tola
Anseios de um pobre garotinho descalço e ao relento,
Que um dia pensou que podia abraçar e ter o mundo em suas mãos,
E entregá-lo em forma de uma melodia única em suas mãos.
Então não chores mais minha bela, por favor
A vida lhe brindará e ira lhe dar o mundo que não lhe entreguei  se quiseres.

Ainda estou sentado nas escadarias do tempo, faça-me uma visita,
Encontre-me lá, não é difícil me achar,
Pergunte pelo que não pode ser salvo,
Pergunte pelo que toca sua melodia com o instrumento da alma partido,
E as cordas do coração desafinadas.

Jovem, tão jovem.  Até um dia meus amigos ou talvez um adeus, pois quero adormecer na estrada tortuosa,
Ate lá, beberei da mais profunda sabedoria, vinda da fonte daquela primeira noite em que acendi a chama para nos dois.
Terei tempo para me salvar?

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Paz

Paz
Victor Ciriaco





Enfrentando a si mesmo,
Razões para sorrir,
Sorrir.

Correntes em meu corpo,
Vozes gritando, sonhos astrais
Sinfonias mentais,
Escuto a sua voz, mais alta e mais clara do que nunca antes
Terna, amável, cativante.

Pois quando o verão vier,
O sol dos finais de tarde nos brindara com os seus tons mágicos de vermelho e laranja
Banhados por nossos sorrisos mais uma vez

Eras de paz aguardam o regresso do guerreiro
Então, seque seus olhos, pois, logo estaremos em casa.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Desejos de um Pintor

Desejos de um pintor
Victor Ciriaco






Eu encontrei, finalmente encontrei
A dama do quadro perdido, a rainha dos meus sonhos
Deusa dos meus desejos outrora esquecidos ou nunca existentes,

Lutei tanto para proteger sua bela moldura,
Chorei um mar de lagrimas para obter seus tons de negro da tinta mais pura,
Pintei, pintei e pintei, errando e errado, almejando encontrar a pintura dos meus sonhos
Apenas para seus olhos verem, os meus em meio ao nada do infinito.

Porem os olhos de minha rainha devanearam-se,
Olhando para algo que nossos desejos não criaram,
Algo que a tinta que de seus belos cabelos não criaram,
 Algo que nossos olhos não vislumbraram juntos,
Sonhando com um quadro que nossa imaginação não criou,

Fiz coisas em minha jornada que sei que macularam a bela pintura de seu rosto
Que rasgou a bela tela em que habitas
Mas peço-te, imploro-te que veja meus olhos como os únicos a observar-te
Que sou apenas um sonhador almejando ser um com seu corpo e alma para sempre,
Um mero pintor desejando apenas vida, que se transformou por completo através de ti,que apenas ajoelha-se e pede para que vejas,
Que caçara mil estrelas, apenas para lhe dar a mais brilhante e perfeita.

O paraíso  perdido não está distante, apenas pegue minha mão e veras,
A grama cheirando verde no solo, o belo canto das sereias no mar
A vida crescendo em um espetáculo de um segundo, apenas para mim e você,
Flores nascendo através das cores criadas por nossos corações unidos como um.
O horizonte imponente, mostrando que não existe um limite, não existe um fim para nossas almas,
 Um mar de águas tranqüilas e brancas, ondas cristalinas de tempos de paz, para velejarmos além de nossa imaginação.
Feche os olhos onde você está rainha de meus desejos, eu sei que pode ver, eu sei que pode!
Sei que pode ver a pintura que nós, e apenas nós criamos, pois não ha cor de nenhum outro ser que tente, que reproduza o genuíno sentimento

A terra dos tempos intermináveis, onde poderemos abrir nossas asas, negras e brancas não está longe,
O vento que guia a vela de nosso barco nos guiara a alegria se quiseres ver,
Para juntos encontrarmos a inocência em cada beijo como se fosse o primeiro,
Para deixar de lado palavras de paixão e qualquer vista efêmera se apresentar, e para que nossas bocas professem palavras de amor verdadeiro
O meu coração, meu espírito e minha alma são seus, da visão mais perfeita que pude contemplar,

Navegue comigo e leve-me para longe,
Abrace-me, e deixe nos navegar juntos sem guia em nosso mar tranqüilo
E quando a tormenta vier, feche seus olhos, e descanse sobre os meus ombros,  pois quando abri-los,  o belo sol da manha saudará, e eu juntarei cada nuvem do céu para formar apenas a imagem de seu rosto.
Eu sempre escutei o canto de seu coração, sempre escutei
Sonhei cada sonho que sonhaste dentro da moldura de prata
E com apenas um sonho o vento poderá nos carregar, mais uma vez, para sempre.
Você me achou bela dama, eu sei que você me achou, eu sei.


Recostando a minha cabeça em um travesseiro de pedra estou eu,
rogo-te apenas que volte, para que eu possa mais uma vez ser único, e descançar por noites intermináveis, escutando os seus pensamentos e contemplando seu rosto, enquanto sinto seu coração pulsar sobre meu peito enquanto dormimos
Memorias, tantas memorias, como quero esses dias de volta.

A fantasia domina-me com sua bela imagem,
Com a visão única de navegar no mar que criamos através de nossos sonhos unidos
Cada palavra dita por nossos por nossos corações se torna uma sinfonia resplandecente
Confie nesta alma errante, acredite nesse humilde caçador de sonhos, o mar sereno aguarda o seu toque para que as ondas possam quebrar sobre a praia,
Fazendo as gotas molharem nossos rostos, desbravando sorrisos e lagrimas de profunda felicidade, pois, ambos sentimos, ambos sabemos que o que temos nunca foi e nunca será igual a nada do que sentimos anteriormente, pois tudo em sua presença é surreal, diferente e sei que sentes pois, em meu coração ainda ecoam tais palavras.

Meu caminho sempre foi longo e ventoso, querendo apagar a chama do que mais prezo
Porem, deixo a chama acesa por você amada de minha alma, ate o dia em que quiseres dividir esta chama e deixar queimá-la em seu coração

Se deixares, mostrarei que todos os sonhos podem ser verdadeiros,
 Então, feche os olhos
Sei que podes escutar o som do mar
A brisa fresca do ar das águas
O som de toda a vida que criamos ecoando em seu coração
A sua própria voz, cantando meu nome, ao ver que contemplo apenas seus olhos em meio a quadros que não possuem as suas mãos acenando em sua pintura.


Respire,
Sinta o perfume de nosso sentimento eterno invadindo seu ser, apenas respire,
sinta o meu perfume marinho como sentistes uma vez.

Os sonhos podem se tornar verdadeiros pela eternidade de um segundo,
Acredite, nos sonhos que uma vez os nossos corações criaram
Grite comigo as palavras que já dissemos um dia,
O infinito é nosso, as estrelas do céu estão aos seus pés
E a estrada infinita espera por nossas pegadas no chão brilhante
Ate abrirmos nossas asas e voarmos belamente, ate a vida que nos aguarda
Pois em meu coração apenas sua alma habita então deixe reinar no seu

Apenas um desejo, apenas um,
Apenas a  humilde suplica de um pobre pintor de quadros da vida
Que um dia sonhou com uma bela dama de cabelos negros.
Navegue, navegue... Voe mais uma vez, juntos, eu sei que podemos.


Espero,oro,suplico. Que minha oração com meus desejos atravessem a imensidão do céus congelados, e chegue até as estrelas alvas onde tu estas, para que juntos possamos brilhar um para o outro.

O paraíso perdido abre suas portas essa noite, pois você me econtrou.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Lembrança


Lembre-se de nossos dias bons,
Lembre-se dos dias em que eu pude repousar em seu colo, enquanto você me presenteava com seu sorriso, me encantando e tornando-me um escravo de seu amor cada vez mais,

Lembre-se dos dias em que meus lábios tocaram os seus,
Que os nossos olhares se entrelaçaram como nunca antes,
Lembre-se dos dias em que apenas as nossas risadas sinceras existiam e ainda existem, e tudo o que é bom, tudo o que é puro em seu coração pode-se revelar a mim,

Lembre-se dos dias em que minha boca pronunciou palavras que meu coração estava transbordando de desejo para expressar, para que o seu soubesse o quanto ele é importante para mim,

Lembre-se amor, apenas lembre-se. A tristeza não tem lugar, e não faz frente diante a beleza de seus olhos e a grandeza de nosso amor.

Lembre-se, sempre.






quinta-feira, 16 de junho de 2011

Frio


Frio
Victor Ciriaco

E então, na fatídica noite a criança nasceu,
Banhado pelo som escarlate
Uma balança e uma faca foram postas em suas mãos
Um mero instrumento a serviço do destino,
Com um passado vivido no futuro banhado a escuridão

Tentado, agraciado, chamado por musicas antigas,
Provando o doce sangue em seu crescimento
Através do orvalho da manha,
Aonde a floresta morre repentinamente eu cresço,
O que sou eu?
Quem sou eu?

Alimentado por hordas de pensamentos intensos,
Tendo como ombro  amigo sombra e pó,
Esperando um dia pra ver algo que os santos chamam de sorriso
Abandonado ao acaso,
Movido pelo vento dos céus
O que sou eu?
Quem sou eu?

Levantando prudentemente,
Ouço suas vozes
Digam-me o que fazer!
Digam-me o que fazer!


Como eu queria apenas uma vez seguir a trilha,
Correr como o vento, senti-lo através de mim
Sentir as gotas da chuva me molharem eternamente.

Mas estou aqui,
Frio.
Sozinho, morto, Ausente

Deus dos céus, aqui está frio! Tão frio!
Não há harmonia que me salve dessa dissonância
Não há um momento que feche meus olhos
Que não possa ver as ondas de um mar escuro  vindo mais uma vez sobre a pequena ilha que estou
Frio! Tão Frio!
Salva-me, aqui estou eu e esse quadro tenebroso.

Porem houve um dia.
Houve o dia que as ondas cessaram,
A dissonância se findou, sendo preenchida por uma bela e terrível melodia,
O tempo e a vida se curvaram diante de seu toque,
Agora eu entendo, talvez  eu entenda,
É você? Belo quadro.
Será você?

Eu sinto, vejo, ouço e me alimento do desejo de meus anseios se acabarem
Sendo guiado pela vontade de vencer o mundo através de seus olhos,


Mate-me, cura-me, guie-me, leve-me para casa.
O esconderijo das sombras caiu diante da beleza angelical branca,
Diante dos envolventes fios negros,

Dois seres que sempre fui se tornaram um em mim,
Mais um dia que haverá paz.
Mais uma vez, para sempre.

O destino esta aos meus pés,
Suas vozes sussurram que faremos nossa própria estrada,
Rápido ou sereno,
Alvo ou obscuro,
Céu azul ou cinza,
Intenso como o sol da manha.

Mas no fim, está frio.
Está tão frio!
Estou aqui denovo, como uma criança imóvel, com medo.
Reconstruindo o esconderijo dos sonhos.

Eu encontrei,
Encontrei.