domingo, 30 de dezembro de 2012

O menino e a voz


O menino e a voz
Victor Ciriaco



Eis que nas asas da existência solitária a criança permanecia
O silencio e a fantasia de uma nova manhã eram seus amigos,
É tão duro moldar seu coração para os dias negros,
Enquanto a ausência dos raios de luz o alimentava,

As variações de minha própria voz me mostravam que sempre me mantive sozinho,
Tudo o que eu tinha eram sonhos feitos de porcelana antiga,
Embora inertes ao fogo emergente de minha gélida mente,
Quebravam-se pouco a pouco, na falha que sucedia cada vôo.

E através dos caminhos silentes to tempo,
A voz doce emerge das ondas do desconhecido,
Afogando-me nos doces timbres da serenidade,
Trazendo-me palavras de um novo tempo em suas asas,

E então, tudo se tornou novo
Através das palavras da surreal voz, novos dias vieram à superfície do cosmos
Enquanto os sussurros ternos coloriam os caminhos para novos sonhos.

Por isso percebi que sempre existiram diversas vozes mediante a minha existência esquecida,
Porém, a sua fez tudo o que sou ascender até o brilho da deusa lua,
Teus olhos atravessarem os limites de minha solidão, me fazendo enxergar apenas quem eu realmente sou,
Tuas mãos seguraram as minhas, trazendo-me o calor nas tormentas do tempo, 

Embora os anos cruzem o mar de nossas vidas,
 Sei que sempre serei um menino, que sempre irá precisar de tua voz para sonhar,
Que sempre precisarei dos seus olhos para enxergar o caminho,
Que sempre necessitarei de suas mãos, para sentir o calor do sol.

Sei que seu amor é tudo que tenho,
E a necessidade de te amar é o que me instiga a prosseguir,
Ensine-me a entender as palavras que ainda não compreendo,
Pois através delas, fechei meus olhos,
E com apenas um impulso, dei um salto cego.