sábado, 10 de dezembro de 2011

A Flor Escarlate

A Flor Escarlate
Victor Ciriaco




Ainda espero,
Pelo tempo em que as palavras que disse,
Pelas palavras que ainda hei de dizer se tornarem reais
Mas as suaves mãos da vida impuseram sobre meus olhos uma venda de fina seda,
Para que eu, sem perceber, olhasse apenas para dentro de meu coração tortuoso,
Satisfazendo-me com cada trecho irreal de cada doce frase, entregando uma humilde flor nas mãos de um pobre jardineiro.

Ainda não bebi da profunda sabedoria,
Ainda estou só, com fome e frio,
Submerso pelos regatos da inocência de criança,
Enquanto danço e brinco pelas estradas róseas de minha infância perdida.

Minhas memórias ainda repousam em meus sonhos,
A cada momento em que as diversas faces de mim, tornam sua imagem viva diante de meus cegos olhos.
Agonia fria, suspiro sem rima,
Que fere os céus, a cada vez que eu ascendo até os seus átrios pela busca de meu eu que se foi com você há eras atrás.

Devagar estrela cintilante, não apresse o seu andar!
Deixe-me alcançá-la, pois ainda estou tão longe!
Perdi minhas asas e meus passos são estreitos,
Esqueces que ainda estou nas terras de outra vida? A ilha dos sorrisos abandonados, a terra em que as letras de puro e profundo se unem,
Dando origem ao mais puro vermelho, desenhado apenas observar tal beleza dos céus distantes em que estás.

Quero segurar novamente minha alma e ter de novo meu coração,
Preciso lhe entregar a flor escalarte que deixaste em meu peito diante da sonata noturna,
Como promessa de que um dia as muitas delas floresceriam para sempre,
Nos campos coloridos de minha tola esperança.

Tudo o que tenho diante de mim é a fratura de meus dias de criança,
Sendo movido eternamente pela vontade de sonhar,
Por favor, deite-se ao meu lado e afague meus anseios essa noite,
Permita-me lhe entregar a semente da pura flor vermelha.

Enquanto espero pelo purpúreo que seu coração prometeu a mim,
Rogo-te que se torne o meu sol e aqueça o campo árido de meu espírito,
Pois, a criança ainda esta cativa de seu toque rubro,
Ao tempo em que é aprisionada para sempre na forma de homem,
Escrevendo palavras vans nos muros floridos do amor encarnado,
Enquanto chora, procurando a estrela mais perfeita do céu para eternamente habitar.

Pinte e respire, olhe para o mais profundo de seu ser,
Deixe me ter tudo, pois sou escravo para sempre de seu amor carmesim.
Semeie e deixe semear.

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