domingo, 22 de fevereiro de 2015

A grande tragédia de Nerak: Thalamus



A grande tragédia de Nerak: Thalamus
Victor Ciriaco








 Há quanto tempo estou dormente, supenso nas sombras da luz?
Quantas eras vagando pelo  inconstante espaço tempo?
Cada fim me mostra um outro início, movendo-me para longe de casa,
Para um plano além do que meus olhos conseguem contemplar e conceber como real.

Os horizontes caem como máculas de um firmamento incerto,
Enquanto endosso em minha cabeça a coroa carmesim de meus pecados,
Clamo pelo canto das nereidas perdidas na espera de um sorriso doce,
Mas assustadas elas observam, escondendo suas faces sobe longas tranças.
Ali havia apenas uma figura deformada, distorcida pelos vetores incontínuos de uma existência fadada a padecer.

"Não vá até o fundo, viajante. Desespero é tudo o que você encontrará"

O peso do homem esmaga meus pensamentos,
Cego e acreditando enxergar, preso no fluxo contínuo do nada,
Majestade de um oceano repleto silêncio.

“Siga, nade, esmaeça e retorne” entoavam elas em um frenético canto.
"Torne-se o triunfo dos afogados, pinte seu arabesco,
Zarpe do porto paradoxal de si mesmo
O opulento paraíso ainda se encontra distante,
E sua viagem será tão mortal como as folhas mortas que beijam as águas em que és rei..."

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