sábado, 11 de outubro de 2014

Gênesis





Gênesis
Victor Ciriaco






No principio, além do tempo,
Encontrava-me sem forma e vazio,
Meu espirito, ainda cativo, percorria a superfície do desconhecido.

Diga-me como acreditar: Verbo ou ciência?
Apenas sei que a energia fluída e onipresente que transcorria mediante a ausência sonora abriu janelas em minha mente,
Fazendo-me voar para longe, alcançando o limite das sombras,
Presenteando-me com a leveza da criação.

Pude ver tantas coisas que seus olhos pensariam se era apenas um truque da propria vontade,
Ecos de fantasias invisiveis, fata morgana.
Contemplei estrelas nascerem compartilhando luz pura e o calor vindo do ventre universal,
Observei o firmamento entre o céu e a terra hibrida, me brindando com a consciência da eternidade,
Corri, com pés descalços, por toda erva verde que brotava livre na extensão da terra,
E, assim, pude ouvir o canto divino ecoar sobre o prisma de todas as eras,
Dizendo-me o que fui, o que sou e o que hei de ser.

Enquanto o doce sabor astral me faz levitar além de meu plano,
A eterna passagem de presente e futuro me mostra o caminho mediante ao fundamento de todas as coisas
Encontro no fim dos luminares suspensos a chave para a porta do meu ser
E o silêncio preenche tudo aquilo o que pretendia dizer.

Cortinas de luz e sombras esmaecem enquanto a tristeza se dissipa,
O sopro em minhas narinas mostra que somos apenas um em uma viagem dotada de elementos que nunca iremos compreender.


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