Gênesis
Victor Ciriaco
No principio, além do tempo,
Encontrava-me sem forma e vazio,
Meu espirito, ainda cativo, percorria a superfície
do desconhecido.
Diga-me como acreditar: Verbo ou ciência?
Apenas sei que a energia fluída e onipresente que
transcorria mediante a ausência sonora abriu janelas em minha mente,
Fazendo-me voar para longe, alcançando o limite das
sombras,
Presenteando-me com a leveza da criação.
Pude ver tantas coisas que seus olhos pensariam se
era apenas um truque da propria vontade,
Ecos de fantasias invisiveis, fata morgana.
Contemplei estrelas nascerem compartilhando luz
pura e o calor vindo do ventre universal,
Observei o firmamento entre o céu e a terra hibrida,
me brindando com a consciência da eternidade,
Corri, com pés descalços, por toda erva verde que
brotava livre na extensão da terra,
E, assim, pude ouvir o canto divino ecoar sobre o
prisma de todas as eras,
Dizendo-me o que fui, o que sou e o que hei de ser.
Enquanto o doce sabor astral me faz levitar além de
meu plano,
A eterna passagem de presente e futuro me mostra o
caminho mediante ao fundamento de todas as coisas
Encontro no fim dos luminares suspensos a chave
para a porta do meu ser
E o silêncio preenche tudo aquilo o que pretendia
dizer.
Cortinas de luz e sombras esmaecem enquanto a
tristeza se dissipa,
O sopro em minhas narinas mostra que somos apenas
um em uma viagem dotada de elementos que nunca iremos compreender.
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