sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Reminiscência

Reminiscência
Victor Ciriaco




Porque ainda penso em seu sorriso quando o dia se vai?
E quando a noite chega, ainda posso sentir suas mãos sobre os meus ombros enquanto observo a lua que me brinda,

Permaneço alimentando o meu coração com imagens de uma chama acesa,
Enquanto na verdade, apenas me transformo em um fantoche de meu próprio sonho.
É tão duro reconhecer que sou um prisioneiro de meu próprio desejo,
Sendo compelido a procurar a resposta de minhas noites sem sono,
Sendo guiado por tua voz que ainda ecoa em minha mente,
Ouvindo o teu suave sussurro em meus ouvidos mais uma vez.

Em silêncio tento permanecer,
Pois, toda a vez que penso estar mais perto,
Estou ainda mais longe,
Não importa o quão rápido eu corra atrás de sua memória,
O destino ri diante a minha face,
Enquanto faz diversas vezes a imagem de ti dizendo a mais perfeita frase de amor desaparecer com a areia do deserto de meu ser,
Enquanto lembro-me das melodias que tocava próximo de mim, para assim mostrares o que se mantinha dentro de seu coração e suas palavras não conseguiam demonstrar.
Próximo da insanidade me pergunto,
Se um dia o frio de meus dias irá se findar com o calor de sua presença.

Ainda indago-me se um dia irei encontrá-la,
Enquanto faço preces para que sua recordação se mantenha viva dentro de mim,
Deixe-me encontra-lá e aqueça meu espírito com o seu abraço
Torne-se viva dentro de mim, com seu terno beijo,
Mantenha-se eterna com seu olhar sobre os meus olhos. 

Através das pétalas da esperança erguerei um novo caminho além das montanhas,
Pois, perdi o paraíso que outrora andei livre,
Porém, não há gozo sem a tua presença, sem o teu calor.

Criarei do cume das montanhas, a mais perfeita aurora azul através de minhas lágrimas.
Para que assim novas memórias venham surgir,
Para assim, ama-lá até os céus se findarem.

Lágrimas de silencio, vozes em oculto,
Por mim, por você, por nós.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

A dama e o gato

A dama e o gato
Victor Ciriaco


Haverá um dia em que minha voz se silenciará,
Haverá um tempo em que o som de minhas lagrimas congeladas ao chão irá preceder o silencio puro,
Haverá um tempo em que minhas palavras dançarão pelo vento,
Compartilhando minhas suplicas de salvação,
A tudo o que se assenta acima de minha cabeça.

Permaneço trancado na velha mansão de minha mente,
Sendo torturado pela perseverante dor,
Sem saber onde fim começa,
Sem saber se o começo possui um fim.

Os quadros desse assombrado recanto observam-me,
Um misto de tenebroso e belo invade meu peito,
Enquanto mentiras são sussurradas em meus ouvidos,
Em forma de antigos fantasmas que minha inocência alimentou.

Cada um deles me chama,
Nas vestes da alva dama e seu gato negro.

Enquanto os frios lábios da fantasmagórica dama tocam os meus,
Escuto os gritos dos quadros dessa casa como uma comemoração regida pelos sons do misterioso gato.
Uma aquisição nova nós temos!  Dizem eles.
Posso sentir a tenaz batalha que percorre através de minhas veias,
O que ser? Quem ser? O que sou?
Como posso me definir, se toda vez que tento atravessar as portas desse lugar,
A falta de luz da silente casa me seduz!

Não posso mais distinguir os dias que se seguem,
Pego para sempre nas veredas da escuridão.

Existem cores e luzes se unindo nos céus,
Vejo-as formar a mais bela aurora,
Banhando as terras que outrora eram minhas com uma paz encantadora,
Porém, agora me torno parte desta mansão para sempre,
Com meus novos e irmãos, sou mais uma peça rara nas mãos da dama de branco.

Através das janelas desse obscuro e silencioso lar,
Vejo as luzes que vem de fora, as cores clamando por minha volta,
Sinto solo abrir aos meus pés,
Sinto a luz invadir o meu ser.

Ainda há esperança para mim.