O menino e a voz
Victor Ciriaco
Eis
que nas asas da existência solitária a criança permanecia
O
silencio e a fantasia de uma nova manhã eram seus amigos,
É tão
duro moldar seu coração para os dias negros,
Enquanto
a ausência dos raios de luz o alimentava,
As
variações de minha própria voz me mostravam que sempre me mantive sozinho,
Tudo
o que eu tinha eram sonhos feitos de porcelana antiga,
Embora
inertes ao fogo emergente de minha gélida mente,
Quebravam-se
pouco a pouco, na falha que sucedia cada vôo.
E
através dos caminhos silentes to tempo,
A voz
doce emerge das ondas do desconhecido,
Afogando-me
nos doces timbres da serenidade,
Trazendo-me
palavras de um novo tempo em suas asas,
E
então, tudo se tornou novo
Através
das palavras da surreal voz, novos dias vieram à superfície do cosmos
Enquanto
os sussurros ternos coloriam os caminhos para novos sonhos.
Por
isso percebi que sempre existiram diversas vozes mediante a minha existência esquecida,
Porém,
a sua fez tudo o que sou ascender até o brilho da deusa lua,
Teus
olhos atravessarem os limites de minha solidão, me fazendo enxergar apenas quem
eu realmente sou,
Tuas
mãos seguraram as minhas, trazendo-me o calor nas tormentas do tempo,
Embora
os anos cruzem o mar de nossas vidas,
Sei que sempre serei um menino, que sempre irá precisar de tua voz para sonhar,
Que
sempre precisarei dos seus olhos para enxergar o caminho,
Que
sempre necessitarei de suas mãos, para sentir o calor do sol.
Sei que
seu amor é tudo que tenho,
E a
necessidade de te amar é o que me instiga a prosseguir,
Ensine-me
a entender as palavras que ainda não compreendo,
Pois
através delas, fechei meus olhos,
E
com apenas um impulso, dei um salto cego.