segunda-feira, 18 de março de 2013

Erra


Erra
Victor Ciriaco



Por muito tempo permaneci com medo de mergulhar fundo,
Provei do mais superficial de minha vida nas águas rasas
Um instrumento de meu coração frio e meus olhos cegos me tornei,
Abraçado pelos sentimenos que nunca senti

E então, o ímpeto de navegar para longe tomou seu lugar
fazendo-me contemplar cores tão brilhantes que seus olhos nunca viriam,
E por mais que os ventos cortassem meu rosto neste navegar sem bússola,
Tento mais uma vez respirar abaixo das águas,

Não quero retornar para terra que parti,
Não antes de sentir que sou parte das cores que um dia senti.
Pois, o que é a realidade senão o sabor vago do irreal?

Enquanto sutilmente tento descobrir os segredos que cercam minha mente,
Interrompo de maneira calma o fluxo de complexidades.

Desaparecerei nas asas do destino,
Desafiando os limites da luz viva dentro de mim,
Para assim, desvelar os mistérios que o tempo me impõe,
Pois não sou nada mais que fragmentos de uma estrela outrora brilhante,
Que está se afogando para sempre no frio do deus sol.