Erra
Victor
Ciriaco
Por
muito tempo permaneci com medo de mergulhar fundo,
Provei
do mais superficial de minha vida nas águas rasas
Um
instrumento de meu coração frio e meus olhos cegos me tornei,
Abraçado
pelos sentimenos que nunca senti
E
então, o ímpeto de navegar para longe tomou seu lugar
fazendo-me
contemplar cores tão brilhantes que seus olhos nunca viriam,
E
por mais que os ventos cortassem meu rosto neste navegar sem bússola,
Tento
mais uma vez respirar abaixo das águas,
Não
quero retornar para terra que parti,
Não
antes de sentir que sou parte das cores que um dia senti.
Pois,
o que é a realidade senão o sabor vago do irreal?
Enquanto
sutilmente tento descobrir os segredos que cercam minha mente,
Interrompo
de maneira calma o fluxo de complexidades.
Desaparecerei
nas asas do destino,
Desafiando
os limites da luz viva dentro de mim,
Para
assim, desvelar os mistérios que o tempo me impõe,
Pois
não sou nada mais que fragmentos de uma estrela outrora brilhante,
Que está se afogando para sempre no frio do deus sol.