segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

716

716
Victor Ciriaco



Eu possuo um desejo ardente,
Toda a vez que imagino seu amor de forma doce percorrer minhas veias,
Um olhar que mostrou-me um sonho, que não sei como acordar.

E hoje eu estive em sua chuva,
No dia em que os céus choraram meu pesar,
Nos segundos que minhas palavras me traíram, minhas mãos se voltaram contra mim.

Eu sempre admirei o seu jeito deslizar através de minhas palavras,
Entre minha pele e alma, um nome flui.

Abraço- me nas ondas, pois as mesmas me levarão para longe e de volta para casa,
De meus pecados agora sou escravo,
O oceano clama meu nome.


Podes me dizer o gosto do sal?

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Etérea

Etérea
Victor Ciriaco



Passos silentes,
Sua pele é apenas um disfarce para a luz alva,
E enquanto emerge das águas de meu pensamento,
Faz-me navegar de olhos fechados em meio ao infinito.

Embora meus olhos fossem vazios,
A superfície da realidade não foi suficiente para colorir o meu caminhar,
Para o abismo cai, meus próprios pés me ajudaram
Porem, antes de fechar meus olhos e aceitar meu destino,
Senti o toque de suas mãos, seu calor astral.

Lábios imateriais,
Imperfeição é tudo o que encontrará em mim,
Um sonhador, de pés errantes em uma viagem mortal.

Um arquétipo, um itinerante.
Que cairá até levantar
Levantará até andar
Andará até voar pelo céu sem fim.

Mostre-me seu rosto em meio às sombras de éter,
De-me um pouco mais de tua ilusão,
Diga-me seu nome e dance acima do mar
Torture-me com a tentação da porta que se abre
Toque-me com seus lábios e me torne imortal.

Para além do abismo infinito andarei,

No tempo antes do tempo... 

terça-feira, 2 de julho de 2013

Corona Atlântica

Corona Atântica
Victor Ciriaco



Sou um menino aprisionado em corpo de homem,
Um sonhador, que tem como amigos uma pena e palavras antigas,
E enquanto eles sussuram nos cantos de minha mente,
O pêndulo dos desejos se curva,
A horas resvalam soltas sobre a dança eterna do tempo.

Cada letra faz-me lembrar da imensurável força das águas da vida,
Elas batem,
Levantando e abaixando as mãos de forma maquinal, elas quebram sobre mim e carregam minha alma
Apenas para regojitar-me mais uma vez de seu seio silêncioso,
Torturando-me, escorregando seus dedos e deitando-me em terra firme sempre que eu me afogo.

Ouça!
O som de nossos espíritos, emanando tremor sobre toda a terra,
A sedução hipnótica, banhada entre os caracteres de amor e ódio.

Sinta!
O rugido poderoso do mar sobre cada grão de areia,
O canto das sereias que te leva cada vez mais fundo,
A flauta profana e o alaúde abissal,
Lhe fazendo espectador de sua própria dor e sofrimento.

E no puxar e quebrar das ondas a pergunta ecoa, sobre as falésias da incerteza:
O desejo romântico de deixar as ondas levarem seus pensamentos ainda vive em você?
Pois, a fúria da tempestade, trás o odor intragável do hálito salino,
Dobrando seus joelhos, fechando seus olhos.

Essa condição tão simples mantem minhas mãos aprisionadas!
Saber que elas brincam, sorriem e incomodam,
Faz-me ver que bater meus braços na água é apenas afundar.
Truque interessante em um plano universal.

A decadência natural me força a ver o que realmente sou,
Uma existência fadada a navegar, exalando silício.
Aprendendo a gostar da prisão que não me permite respirar debaixo dela,
Que a medida que se levanta, torna-me dormente e faz cócegas em minhas mãos.

A decisão é clara.
A escolha de caminhos a sua frente é apenas fruto de seu orgulho inútil.

Pois, quando se conhece o o próprio fim, apenas a jornada importa.

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Arquiteto

Arquiteto
Victor Ciriaco

Testemunhe a queda,
Não temas,
Acorde apenas para fechar seus olhos mais uma vez,
Renicie seu senso de autocontrole.

Até que minha vontade seja feita,
Meus Salvadores artificiais descerão às terras em que correm com medo em tempos de desesperança,
Mentes sopradas como folhas em um mundo de razão,
Enquanto os que possuem o toque ácido do domínio permanecerão de pé,
Os corações fracos alimentarão o sonhos de inocência que estão por vir.

Vim para levar o que é meu,
Contemplem o verdadeiro arquiteto destes tempos,
Seus deuses e deusas não são nada perante a grandeza das estrelas frias.

Não tente encontrar palavras,
Você é o começo,
Você é o fim.

Do alto da glória ilusória cairemos,
Pois somos o final de tudo que conhecemos,
Extinção é nosso nome.

Vivo em seu interior desde seu primeiro suspiro,
Correndo através de suas veias, sussurrando veneno em seus ouvidos,
Levantei suas mãos contra os que vieram antes de ti.

Observe meu renascimento, criança,
Mediante a todo o esplendor tecnológico de sua era, apenas observe,
Eu estou além de qualquer compreensão,

Eu sou o infinito.

sexta-feira, 31 de maio de 2013

Esquecimento

Esquecimento
Victor Ciriaco



Um dia, os dias irão passar como as nuvens do céu,
Um dia, minhãs mãos outrora firmes estarão trêmulas
Como os ventos que correm através das folhas serei,
E através de suas lembranças tudo se tornará vivo novamente.

Mesmo com o passar das incontáveis quebras das ondas,
Vejo que ainda estou tão longe dos dias de serenidade
Ainda sou uma criança em um mundo tão imperfeito,
Implorando para que os limites do tempo se curvem diante de minha juventude

Preciso ver tantas coisas que as luzes que o mundo me oferece,
Risadas soltas ao tempo, lágrimas frias em um espaço vazio.

Antes que meu corpo se curve ao chão,
Serei compelido a sentir meu coração navegar através do oceano imensurável da vida,
Antes que meus olhos me enganem e meus pés não toquem mais as nuvens alvas,
Preciso sentir o cheiro verde da relva, o brilho da cidade viva.

Um dia me, juntarei a caravana de estrelas dos que vieram antes de mim,
Sentarei em minha velha cadeira de balanço contando histórias que em breve cairão em esquecimento,
Para aqueles que dançarão no sublime baile dos sonhos partidos, na bela existência fadada ao fim.

E lá, das estrelas, olharei para baixo e me perguntarei:
Onde será que está você, meu amigo?
Eu sempre estarei aqui, te esperando,
Para que juntos, lembremos das histórias na terra,

Navegando para sempre, no bálsamo do céu.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Gnosis



Gnosis
Victor Ciriaco



Abraçado pela natureza distorcida,
Retribuição obtida pela existência escura,
Privado da real razão de existir
Enquanto servimos apenas nossos desejos,

Afastando, afastando
Voando contra o ar que nos empurra para o chão,
Perdendo a essência que outrora era livre,
Apenas sombras de terras mergulhadas em dor,

Sangue,
O prazer escarlate que flui dos olhos daqueles que caem,
Medo emanante da terra
Terror crescente acompanhado do cortar da lâmina,

As mãos que nos plantaram na terra a eras atrás,
Cubra seus olhos e queime seus sonhos,
E com isso, a liberdade se torna escrava,
O senso esmaecido de inocência, por fim se vai.

Por mais que viajemos durante eras, através do cosmos,
Forçamo-nos a sermos fadados a cair por mãos que afagam nossos rostos,
Enquanto a alma brilhante eclipsa negro.

Aceite, esses são seus passos,
Beije os lábios da incerteza,
Abraçe o medo.

Acredite, extinção é a estrada que trilhamos,
Pois, somos vítimas de nosso próprio crime,
Forjados pelo fogo espalhado pela terra
Banhados no sangue do criador.

Caindo, sempre caindo,
Na dimensão do fim.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Erra


Erra
Victor Ciriaco



Por muito tempo permaneci com medo de mergulhar fundo,
Provei do mais superficial de minha vida nas águas rasas
Um instrumento de meu coração frio e meus olhos cegos me tornei,
Abraçado pelos sentimenos que nunca senti

E então, o ímpeto de navegar para longe tomou seu lugar
fazendo-me contemplar cores tão brilhantes que seus olhos nunca viriam,
E por mais que os ventos cortassem meu rosto neste navegar sem bússola,
Tento mais uma vez respirar abaixo das águas,

Não quero retornar para terra que parti,
Não antes de sentir que sou parte das cores que um dia senti.
Pois, o que é a realidade senão o sabor vago do irreal?

Enquanto sutilmente tento descobrir os segredos que cercam minha mente,
Interrompo de maneira calma o fluxo de complexidades.

Desaparecerei nas asas do destino,
Desafiando os limites da luz viva dentro de mim,
Para assim, desvelar os mistérios que o tempo me impõe,
Pois não sou nada mais que fragmentos de uma estrela outrora brilhante,
Que está se afogando para sempre no frio do deus sol.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Estrada para as estrelas

Estrada para as estrelas
Victor Ciriaco



Beije-me e me torne cego,
Agracie- me com a sua presença e me torne cativo,
Enquanto as luzes da cidade se apagam, sua voz vem como um sussurro na madrugada,
Dizendo que o sol vira novamente e entrará em minha janela.

Embora todos os dias eu procure por tempos mais calmos
Seu andar macio me faz procurar pela pressa de te ter a cada momento,
Pois por seus lábios, posso ser tudo
Por suas mãos posso escutar os sons da terra viva

Não é você que é frágil,
Porém, a sua vida se tornou a fraqueza em mim,
E pelas estradas estreitas do tempo eu apenas tento ser tudo o que você precisa,
Pois, com apenas um passo, estarei sozinho no escuro novamente.

Enquanto tento ascender à escadaria de estrelas,
Escuto de longe você me chamar de volta pra casa,
E ai, a prisão de minha mente se quebra
A tua luz reflete em minha alma e me torna livre

Pois com seus lábios posso ser tudo,
Por suas mãos posso escutar os sons da terra viva.